segunda-feira, 19 de março de 2007

Natal Distante

Mais um poema que fiz por terras do norte.
Em português, para variar.
Intitula-se: "Natal Distante".

Natal Distante 07-01-02
Uma pequena árvore de Natal a um canto da sala
Um suspiro imperceptível esvoaçando no ar
Uma estrela dourada espreitando à janela
Sob o pequeno pinheiro, mil presentes de pasmar
Qual deles com o poder de te encantar?
Talvez a caixa de soldadinhos de chumbo
Ou o anel de diamantes
Talvez a boneca de porcelana debruçada a um canto
Ou a tiara drapejada de refulgentes diamantes
Talvez os chocolates que te aguçam o apetite, quem sabe...
Ou esse suave casaco de peles que tão bem te assenta
Talvez aquele livro encostado à pequena árvore
Ou aquele colar com que sempre sonhaste
Talvez...
Talvez desta vez a prenda que desejas receber
Não esteja em lugar que a vista possa alcançar
Então, quando já começavas a desanimar
Teu olhar junto da janela, algo vem encontrar
Lá fora, a neve, cobrindo tudo com seu manto branco
Um mocho piando, à distância desse mesmo olhar
E a estrela dourada, iluminando a estrada mais além...
E, como que abrindo caminho entre o manto de nevoeiro cerrado
Nas lonjuras montanhosas da memória, lá, bem longe de tudo e de todos
Num vislumbre, eis o maior presente que te podem ofertar
Surge então, nesse instante e nesse lugar distante, teu rosto jubilante
Tornando o meu radiante... e este Natal não tão distante...

Autor: Pedro Luís Laima Bicho.

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