quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O aviãozinho de papel

Após um longo período de abandono, volto a postar no blog. Vou tentar trabalhá-lo com mais regularidade nos meus tempos livres, que cada vez são menos. Há muito para contar e mostrar nestes meses que se passaram. Aliás, muito mais, se fizer uma viagem ainda mais para trás em direcção ao passado. A seu tempo. 2007 foi um dos anos que vivi mais intensamente, calcorreando caminhos de terra e caminhos de alma. Muita coisa mudou desde Maio. Em Julho voltei para Portugal (não sem antes ter feito mais uma das minhas viagens por países de Leste e à Noruega profunda), passei uma semana como tripulante de um veleiro por mares da Dinamarca, a viagem de regresso foi uma viagem non-stop de carro atravessando a Europa desde Maasholm, num dos extremos da Alemanha, e depois gozei dumas merecidas férias por terras algarvias.

De momento, trabalho como professor em Albufeira, dou explicações num centro de explicações e em Novembro e Dezembro estive na Fnac do Algarve Shopping (passo a publicidade) a trabalhar como vendedor/promotor de vendas de uma colecção de livros personalizados intitulada: "O herói sou eu", a qual já são capazes de ter ouvido falar, pois foi amplamente divulgada pela comunicação social. São cinco histórias (sete, se dessas cinco incluirmos duas disponíveis também em inglês) da autoria de Maria João Lopo de Carvalho, que têm o condão de fazer das crianças heróis de palmo e meio sempre que as páginas dos livros sejam folheadas. Um conceito interessante em que os livros são criados na hora, bastando para tal que o cliente forneça alguns dados que são editados e depois fornecem um cunho individual às crianças a quem os livros são oferecidos. Como me considero uma pessoa criativa, adorei esta oportunidade (apesar de ser imensamente mal pago!) de poder fazer livros e abordar potenciais clientes (só custa mais ao princípio), inserir dados, imprimir, colar, dobrar, agrafar, etiquetar, até finalmente se chegar à versão final em que o livro é entregue nas mãos do cliente. Saber fazer livros e não tão somente escrevê-los, uma condição sine qua non, que interiorizei, caso algum dia me aventure a publicar algo de minha autoria. Algo que considero essencial. Para escrever um livro, são precisas muito mais que meras palavras. Muitos escritores avulso da nossa praça escrevem e escrevem, sem que haja essa comunhão empática com o livro, sem esse entendimento umbilical surdo-mudo e por isso, frequentemente, os resultados, não são famosos.

Ora como o meu turno na Fnac era o turno das manhãs (7 dias por semana), e muitas vezes a essa hora eram mais os empregados que se passeavam pela Fnac do que os clientes, acabei por criar nas horas mortas, uma série de histórias infantis por lá, e assim acabei por dar o tempo por mais bem empregue. A história que se segue foi a primeira delas, num total de quatro. Uma história simples, pois ainda nunca tinha feito nada no género.

O aviãozinho de papel

Estava um belo dia de sol. Como é normal, em Agosto.Tão bom estava o dia, que o Miguel resolveu ir para a rua brincar, pois aborrecia-se imenso em casa. Ele adorava brincar. E durante as férias de Verão, tinha todo o tempo do mundo para fazê-lo. Correu a tocar às campainhas dos amigos que moravam na mesma rua, e em três tempos, o grupo estava formado.
Eram cinco, no total. O Miguel, o Vasco, que era o seu melhor amigo, o António e o Paulo, irmãos que moravam num prédio em frente ao seu, e o Ângelo, de quem ainda era primo afastado e que morava ao fundo da rua.
Foram todos para um parque enorme que ficava a cinco minutos de distância, contando piadas pelo caminho. No meio do parque existia um enorme lago, onde os patos ensurdeciam quem passava com os seus quá-quás estridentes. À roda deste, algumas árvores davam preciosas sombras.
Eram três da tarde e o sol estava mesmo a pique. Sentaram-se todos à sombra da maior das árvores que circundava o lago a decidir ao que iriam brincar.
- Vamos jogar às escondidas, disse o Vasco.
- De acordo, repetiram os outros em coro. Mas tão alto, tão alto, que por um instante, os próprios patos se silenciaram.
Calhou ao António ser ele a procurar pelos restantes.
- Um, dois, três, quatro...
E assim prosseguiu até chegar aos cinquenta, acelerando perto do fim, para ver se apanhava algum amigo distraído.
O Ângelo foi o primeiro a encontrar onde se esconder. Foi-se colocar por trás de uma banca de gelados e ali aguardou pelo final da contagem.
O Paulo e o Vasco esconderam-se dentro da casa-de-banho do parque, à qual se chegava através de um estreita vereda em terra batida.
O Miguel foi o último a encontrar esconderijo. Vejam lá se conseguem adivinhar onde se foi esconder. Pois não é que ele pulou a cerca e se enfiou na casota dos patos, onde eles se abrigam à noite?
Dentro da casota estava escuro. Muito escuro. A custo, lá se encolheu a um dos cantos e pôs-se a ver se escutava alguma coisa vinda do exterior.
Entretanto, o António já terminara a contagem e caminhava na direcção da banca de gelados.
Nessa mesma altura, o Ângelo resolveu, imprudentemente, espreitar para ver onde estava o António. Foi logo descoberto. E foi numa correria desenfreada que os dois prosseguiram até à árvore onde o António fizera a contagem. Este chegou primeiro, mas por pouco. O Ângelo recuperara terreno e vinha já a morder-lhe os calcanhares.
- Foste apanhado. Estás fora do jogo, disse o António.
- Vou ver dos outros. Viste para que lado foram?
- Nem penses que te digo alguma coisa, mas não podem ter ido muito longe. Tu contaste tão depressa.
Nesse momento, o Miguel estava curiosíssimo com o que se passava lá fora. Já teria sido alguém apanhado? Não conseguia escutar nada por causa do grasnar dos patos. E na penumbra da casota, dificilmente conseguia vislumbrar mais do que uma ténue luz vinda de fora. Suficiente, no entanto, para ver que algo brilhava no cimo de um monte de lixo no canto oposto da casota. E foi ver o que era...
Mal sabia ele que o António passava nesse preciso instante em frente ao recinto dos patos. Ainda espreitou para dentro, mas pensou que nenhum dos seus amigos fosse suficientemente tonto para se ir esconder lá dentro. E prosseguiu, aproximando-se cada vez mais da casa-de-banho do parque.
- Bem, lá dentro já me parece mais provável que algum se tenha ido esconder, pensou para com os seus botões. E resolveu ir dar uma espreitadela. Os dois rapazes que estavam escondidos no interior, estavam em pulgas. Tinham-no visto aproximar-se e sabiam que estavam em risco de serem descobertos. Estavam trancados dentro de um dos pequenos compartimentos. Seria o esconderijo perfeito, não fosse por um pequeno pormenor. A porta tinha uma grande fisga através da qual era possível a quem estivesse do lado de fora ver a parte de baixo do seu interior. E dois pares de ténis último modelo como os que o Paulo e o Vasco tinham comprado recentemente, não havia muitos por aí.
O António sorriu e perguntou:
- Está alguém aí dentro?
Ninguém respondeu. Mas os dois estavam cada vez mais agitados e, da segunda vez que a pergunta veio, acompanhada por batidas insistentes na porta, foi a gargalhada geral.
- Apanhei-vos, exclamou o António. E desatou a correr na direcção da árvore. Com o tempo que perderam a destrancar e abrir a porta, não tinham hipóteses nenhumas de chegar primeiro. E ficaram fora do jogo também. Só já faltava encontrar o Miguel.
- Mas onde se escondeu o Miguel, comentou o António com os outros. Já dei duas vezes a volta ao lago, espreitei em todo o lugar e nem vivalma.
- Às tantas, foi-se embora, disse um.
- Ele não fazia isso, disse logo o primo.
- Bom, mas então está muito bem escondido, replicou outro.
E resolveram todos ir procurá-lo.
Mas vamos voltar um pouco atrás na história. Lembram-se do que estava a fazer o Miguel quando o António passou em frente desta, sem desconfiar de nada?
O Miguel esticou a mão o mais que podia, tacteando o espaço em redor. Lentamente, sentiu uma superfície áspera primeiro, suave depois.
Parece papel, pensou. Tocou novamente e confirmou as suspeitas. Só pode ser papel. Mais confiante, pegou na estranha forma de papel e, aproximando-a de si, examinou-a com mais atenção.
Mas isto é um aviãozinho de papel. Que estará fazendo aqui dentro, pensou. E chegou-se um pouco mais à entrada, para ver um pouco melhor.
É mesmo um aviãozinho de papel. Amarelo nas asas, corpo e cauda de um azul-celeste que quase encandeava o olhar. Muito vistoso. Lindo de morrer. Será que voaria? E pensou que para experimentar, teria de ser em frente ao lago, onde havia espaço suficiente. Mas aí corria o risco de ser descoberto.
- Vou arriscar, decidiu resoluto. Também já estou aqui faz tanto tempo, que se deve estar a fazer tarde.
Primeiro, surgiu uma cabeça do lado de fora da casota. Depois, um braço. Depois, outro braço. No outro extremo do lago, os seus amigos procuravam-no em conjunto.
- Miguel, aparece. Temos de ir embora que se está a fazer tarde.
E de facto assim era. O sol já baixava no horizonte e não tardaria a ser completamente de noite.
Ao sair da casota dos patos, de novo a mesma algazarra. Agitados, estes batiam as asas, levantando poeira e penas, e afastavam-se à medida que o Miguel caminhava. A confusão foi tanta que dificilmente passaria despercebida aos seus amigos. E assim foi.
- Lá está ele! Junto à vedação dos patos! - exclamou o Vasco.
- Que anda ele a fazer lá dentro?, comentou o Paulo.
- Então era ali que ele estava escondido, replicou o Vasco novamente.
- Mas que grande tonto, rematou o António. E caminharam todos na sua direcção.
- Até que enfim, Miguel. Estamos fartos de andar à tua procura, disse o António.O jogo acabou, vamos embora para casa, acrescentou.
O Ângelo ofereceu ajuda ao primo para saltar a vedação, mas ele recusou. Ao saltar a vedação, todos viram algo que brilhava na sua mão, ao toque dos últimos raios de sol do dia.
- O que é isso que tens aí?, perguntaram todos em atropelo.
- É um aviãozinho de papel. Encontrei-o ali dentro da casota, respondeu ele.
- Já experimentaste a ver se voava?, perguntou um dos amigos.
-Ainda não tive tempo, mas se todos estiverem de acordo, vamos ali para a beira do lago ver que tal ele voa e depois vamos então para casa.
O aviãozinho de papel azul e amarelo não estava nada amachucado. As probabilidades de voar ao menos alguns metros eram bastante boas. As asas eram curtas, como as dos modernos jactos que cruzavam os céus em loucas correrias, e a cauda, que parecia um tanto ou quanto desengonçada, proporcionava um equilíbrio aerodinâmico perfeito. E era leve. Tão leve como a mais leve das penas que ainda esvoaçavam dentro do recinto dos patos.
- Cheguem-se para trás, vou lançá-lo. Vamos lá a ver que tal se comporta, disse o Miguel.
E, com um forte movimento da sua mão direita, impulsionou o aviãozinho de papel para a frente e para cima.
E o aviãozinho voou. Primeiro, em frente uns metros e subindo um pouco. O vento que ondulava ligeiramente as copas das árvores, fê-lo descrever um arco e, em seguida, atravessar o lago.
- Ora, vai cair no meio do lago, disseram o António e o Paulo ao mesmo tempo.
- Talvez não, replicou o Miguel. O aviãozinho é mesmo muito leve e eu lançei-o com toda a força que tinha. E pode ser que o vento dê uma ajudazinha, acrescentou.
Ao chegar a meio do lago, todos julgaram que o aviãozinho de papel iria desistir do seu vôo e cair das alturas, despenhando-se no lago.
Mas parecia que algo ou alguém estava do lado do aviãozinho azul e amarelo. Uma súbita rajada de vento fê-lo ganhar novamente altura e prosseguir em frente. Mais à sua frente, já novo obstáculo se aproximava. A copa de duas árvores parecia agora ser onde o heróico vôo iria terminar. Vôo esse, que, de resto, já excedera as expectativas de todos. Mesmo no último instante, e quando o final já se adivinhava, nova rajada de vento fê-lo guinar subitamente para longe da copa das árvores.
Por esta altura, já era difícil seguir o aviãozinho de papel com o olhar. Ainda tentaram segui-lo a pé durante algum tempo, mas quando este se começou a afastar cada vez mais, tiveram de dar a perseguição por finda.
Todos retiveram um brilhozinho no olhar, quando, após mais uma mudança de direcção do vento, o aviãozinho de papel azul e amarelo, reflectiu a luz do sol uma última vez, sumindo-se em seguida, por trás de uns prédios.
- Aposto que vai voar até à China, disse logo o Vasco.
- Pois eu acho que só vai parar no Japão e vai ser para atestar o depósito, gracejou o Paulo.
- Nunca tinha visto nada assim, parecia mesmo que era um pássaro e estava vivo, acrescentou ainda o Ângelo.
E foram todos para casa, discutindo o tempo todo sobre onde terminaria a épica viagem. Em todos a sensação que aquele aviãozinho de papel azul e amarelo era tudo menos vulgar.
Seria mágico? Estaria possuído pelo espírito de algum antigo aviador? E aquele estranho brilho, que mesmo com a chegada do anoitecer, teimava em dar alento a quem olhasse para ele, que estranho brilho seria? Era tudo muito, mesmo muito estranho.
Nessa noite, todos sonharam com o aviãozinho de papel azul e amarelo. Tiveram com ele as mais mirabolantes aventuras, voando por selvas desconhecidas, cruzando mares de uma imensidão nunca vista, planando sobre montanhas longínquas, sempre atravessando novas terras a cada passagem.
O Miguel, também sonhou. Cansado como estava das peripécias do dia, foi-se logo deitar após o jantar. A janela aberta, trazia uma brisa fresca que o fazia sonhar ainda desperto.
Mergulhou no Vale dos Lençóis e, antes de fechar os olhos deu uma última mirada para fora da janela, suspirando.
Era capaz de jurar que, por instantes, vira algo brilhar no firmamento. Uma estrela cadente, provavelmente. Não havia forma de saber. Ou seria outra coisa qualquer. Talvez sim... talvez não.... no coração, a secreta esperança que fosse o aviãozinho de papel azul e amarelo que lançara ao ar nessa tarde, continuando a sua viagem, sabe-se lá até que paragens distantes... e sorriu, adormecendo em seguida.

Autor: Pedro Luís Laima Bicho. 07-11-07

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Syttende mai

O dezassete de Maio é o dia mais importante no calendário norueguês e feriado nacional. Neste dia, as escolas saem à rua e celebram a data em que a constituição foi assinada em 1814 e onde se constituiu a nação norueguesa. Por questões políticas a independência de facto só se realizou no início do século XX. A língua é muito semelhante à língua dinamarquesa (em Copenhaga consegui ler os avisos e títulos dos jornais, o que me divertiu imenso), tendo feito parte do mesmo reino durante a maior parte da sua história. Como a Dinamarca se encontrava aliada a Napoleão e a França perdeu as guerras Napoleónicas, a Noruega foi uma das compensações de guerra que a Dinamarca teve de ceder à Suécia, aliada da Inglaterra e no campo dos vencedores. Quando os exércitos suecos, à data, dos mais poderosos da Europa, retornaram da Europa central, acabaram com as aspirações independentistas... até o início do século XX, pois a liberdade é chama que não se vê,capaz de arder longe da vista até o dia que emerge à superfície.

Legenda: Um pequeno discurso apropriado à ocasião no pátio da escola, umas quantas músicas com pendor nacionalista e ala que se faz tarde, que são horas de marchar!

Legenda: Crianças dos 3º e 4º anos, preparando-se para cantar algumas canções norueguesas, incluindo o hino nacional. Em norueguês, está bom de ver... não entendi a letra toda, mas a minha aprendizagem do norueguês prossegue a bom ritmo.

Legenda: o pátio da escola, onde os alunos têm o recreio diariamente. Mas não neste dia festivo. Muitos pais fizeram questão de estar presentes, acompanhando os seus filhos. E vestidos a rigor.

Legenda: Das fotos que tirei neste dia, esta é a minha favorita. Em primeiro plano, uma mulher trajando um bunad. Um bunad é um vestido tradicional norueguês, provavelmente de origem rural. Talvez porque nas pequenas comunidades não seja necessário andar de acordo com as modas, mas isto sou eu a opinar. Utilizados principalmente em ocasiões especiais, vêm em diversos padrões e cores e são para ambos os sexos. Os das mulheres são bastante mais vistosos. Eu pessoalmente, acho-os bastante estéticos e que ficam bem na foto, lá isso ficam!

Legenda: Preparados para partir. À frente, Kalvskinet (a escola pública) e atrás, Birralee (a escola privada, partilhando as duas o mesmo espaço).

Legenda: Foi uma sorte o dia estar de feição, pois os dias anteriores tinham sido de chuva. O São Pedro deve ter ouvido as preçes norueguesas pedindo bom tempo.

Legenda: O estandarte da escola e ao centro, um outro bunad. Trata-se do mesmo traje típico da foto acima, mas o padrão e as cores são diferentes.

Legenda: A abrir caminho, o estandarte, vindo os porta-bandeiras logo atrás (os alunos mais velhos, do 8º ano). "The woman in red" é a directora da escola Birralee, Trude Farstad.

Legenda: Dando os primeiros passos, ainda na rua Bispegata, onde a escola se situa. A escola Birralee localiza-se muito próximo da catedral Nidaros. Não dista seguramente mais de 200m desta.

Legenda: Como as escolas em parada vinham de direcções diferentes, as intersecções das ruas serviam como ponto de entrada, e como é óbvio, quem já estava em parada aguardava a junção e depois seguiam todos. A parada segue uma ordem pré-definida, segundo entendi, é por ordem alfabética.

Legenda: À frente, os alunos mais velhos, dos 7º e 8º anos.

Legenda: Nesta altura estava de novo toda a gente parada. As bandeiras norueguesas foram distribuídas à entrada da escola.

Legenda: Ao fundo, o Torvet, a praça central. Daí, seguimos em frente e depois com uma inflexão à direita e regressámos por Bryggen, junto ao rio Nidelva.

Legenda: Esta escola era a seguinte na ordem da parada e cheguei a colaborar com eles num projecto conkunto com a Middle School de Birralee sobre a chegada dos peregrinos do Mayflower à América. É uma escola para crianças com necessidades especiais e fica situada numa quinta, onde fabricam o seu pão e têm animais. Gostei bastante do local.

Legenda: Muita gente nas ruas, à espera de verem passar os seus filhos e filhas e tirar a fotografia da praxe para colocar no álbum de recordações. Em termos simbólicos, é o dia de maior significado na sua cultura.

Legenda: Monumento dedicado a Olav Tryggvason. Neste dia, colorido com as inúmeras bandeiras encarnadas, azuis e brancas. Olav abriu as portas do cristianismo aos vikings, julgando-se que tenha sido ele a construir a primeira igreja na Noruega, em 95. Julga-se que foi ele que fundou a cidade de Trondheim em 997, nas margens do rio Nidelva.

Legenda: A igreja de Nossa Senhora. À semelhança de outros monumentos, tem dias específicos de visita (às quartas e por um período de apenas 2 horas), o que é muito aborrecido para quem se encontra de visita e se vê assim impossibilitado de descobrir a cultura local. Nesta altura, a parada encontrava-se praticamente no final. A igreja original data do século XII, mas devido a vários fogos que grassaram na cidade em várias épocas, foi destruída diversas vezes. Em 1739 foi alvo de um processo de restauro extensivo, onde secções da parede original convivem com outras mais recentes.

Legenda: A parada perto do seu termo. No total, foi cerca de 90 minutos a desfilar pelas principais artérias do centro. Tendo em conta as perto de 100 escolas a desfilar, não foi muito demorado. O trajecto tinha cerca de 1000m, iniciando-se e terminando junto à catedral de Nidaros.

Legenda: Nidarosdomen e a bandeira norueguesa, símbolos noruegueses. Nesta catedral celebram-se os casamentos reais da família norueguesa, desdea proclamação da independência a 7 de Junho de 1905, culminando a separação política da Noruega e da Suécia, que durou perto de 100 anos.
Legenda: Dizem que os últimos são sempre os primeiros. Esta foi a última escola em parada: Ranheim.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Trondheim 2018

Trondheim pretende ser palco em 2018 dos Jogos Olímpicos de Inverno. A campanha de promoção do evento já teve o seu início. Apesar de ninguém me pagar para patrocinar o evento, sempre posso dizer que acho que tem boas condições de ser bem sucedido. Trondheim tem óptimas condições e instalações para a prática de desportos de Inverno. O único senão é já ter sido realizado um não há muitos anos atrás, em Lillehammer, no sul da Noruega. A Noruega é, por excelência, o país dos desportos de Inverno. Todo o norueguês que se preze sabe esquiar e tem um amor profundo pela natureza e pelas actividades ao ar livre. Passam constantemente na televisão provas de esqui, nas suas diversas vertentes, bem como das outras modalidades de Inverno. Aliás, para além de me estar a iniciar nas artes do esqui, também estou a começar a observar com outros olhos a modalidade e o respectivo visionamento televisivo desta. Não é tão fácil como parece. Posicionar o corpo e dar o correcto balanço para as travagens, requer bastante prática e muitas quedas antes de se poder dominar perfeitamente a técnica.


Legenda: As baixas temperaturas em Trondheim são um ponto a favor na organização do evento. A imagem à direita é de meados de Fevereiro. Trondheim situa-se no centro do país (onde estão marcados -16ºC), tendo este cerca de 1800kms de comprimento por 400kms de largura. Contudo, próximo de Narvik, no Norte, a distância à fronteira sueca é inferior a 10kms e é pela Suécia que se faz a entrada em Narvik, devido às inúmeras montanhas em torno da cidade.

Legenda: Mapa da região de Trondheim, cuja Kommune tem o nome de Sør-Trøndelag. A imagem também é de Fevereiro, altura em que houve dias em que a temperatura baixou dos -20ºC. Como podem observar, foi um dia de sol. Quando a neve e o sol se combinam, os dias são bem mais agradáveis. À direita também é possível entender porque se fala da Noruega como sendo o país dos fiordes. Um recortado contínuo da paisagem que torna as comunicações difíceis e que cria regiões com os seus traços únicos.

Aqui fica o link para quem quiser consultar, o único senão é vir tudo em norueguês e não existir versão disponível em inglês: www.trondheim2018.no

Este link é de um pequeno filme que mostra algumas belas imagens de Trondheim, e faz parte da campanha publicitária de promoção do evento: www.trondheim2018.no/slik_blir_ol/filmer/trd2018_film.html

segunda-feira, 19 de março de 2007

Vou ali à Islândia e já venho...

A Islândia é um país situado no Atlântico Norte, junto à Gronelândia e mais perto da América do que da Europa. Contudo, é considerado como fazendo parte do continente europeu. É habitado desde o ano de 874, por clãs oriundos da Noruega, tendo a primeira colonização bem sucedida sido liderada por Ingólfur Arnarson. Fez parte dos Reinos da Noruega primeiro e, posteriormente, do Reino da Dinamarca, mas em 1944 declarou formalmente a independência face a este último. Uma terra agreste, sem recursos próprios, é contudo uma nação próspera e com um dos PIBs mais elevados a nível mundial. Um exemplo a seguir. Possui cerca de 300.000 habitantes, sendo Reykjavíc, a sua capital, a cidade mais cosmopolita e de maiores dimensões. A moeda utilizada é a coroa Islandesa e a língua falada é o islandês, que possui bastantes semelhanças com o norueguês. Tal como nas ilhas Faroés, foi-me possível reconhecer frases e expressões em ambos os locais a partir do pouco que já sei de norueguês.

Legenda: Mapa da Islândia. A branco, os glaciares, que infelizmente, por falta de tempo, não tive oportunidade de visitar. A cidade que visitei situa-se na costa Este, de seu nome, Seyðisfjörður. É um país que ganhou a independência à relativamente pouco tempo, tendo aproveitado a ocupação alemã do reino da Dinamarca, para proclamar a sua independência face a este último. Algo que ainda hoje, não foi muito bem digerido pelos dinamarqueses. Tal como as ilhas Faroés, serviu como ponto de apoio dos Aliados no decurso da Segunda Guerra Mundial.

Legenda: As gaivotas acompanhando o trajecto do barco. Sinal de que nos estávamos a aproximar de terra firme.


Legenda: Terra à vista! Por entre o céu enevoado, vislumbram-se os primeiros picos montanhosos da Islândia.


Legenda: O vento forte e gelado era uma constante no convés, intercalado com granizo, qual deles o mais desagradável...

Legenda: A entrada no fiorde que dá acesso a Seyðisfjörður. Um lugar inóspito, belo e selvagem. Desafiador.

Legenda: Seyðisfjörður, após a curva do fiorde. Ao longo das duas margens deste, casas isoladas surgiam esporadicamente, mas cada vez com maior frequência. Sinal seguro de que estava a chegar ao final a viagem... de ida.
Legenda: E eis Seyðisfjörður, ao fundo. De relançe, já é possível avistar as primeiras habitações. Uma pequena, mas muito acolhedora cidade com cerca de 700 habitantes.
Legenda: À medida que o barco se aproximava do porto, a sensação de estar a entrar num mundo à parte do bulício típico da maioria das cidades europeias.


Legenda: Hora de desembarcar. A imagem vale por mil descrições.


Legenda: A igreja local. A cor escolhida para as paredes enquadra-se lindamente na atmosfera circundante, como podem ver. Pelo menos, enquanto houver neve. Como nota à parte, a informação de que a religião oficial na Islandia é a religião cristã, através do seu ramo Protestante Luterano. Foi implantada por volta do ano 1000 D.C., na mesma altura em que se implantou de forma decisiva em todos os países escandinavos. No entanto, a religião pagã pré-cristã Ásatrú tem ganho popularidade nos últimos anos. Significa "verdadeiro aos Aesir" em norueguês arcaico.


Legenda: A escola local. Vista de fora, fica bem na fotografia.Mas seguramente, não tem muitos alunos. Creio que me devo ter cruzado, pelo menos de vista, com a quase totalidade dos habitantes da cidade. Mais uns dias, e talvez já os tratasse pelo nome.

Legenda: Uma das principais artérias da cidade. Uma coisa que estranhei foi ver pequenas árvores espalhadas pelas encostas circundantes, mas pelas suas dimensões reduzidas, por certo que plantadas recentemente. Só de olhar encosta acima, criava uma sensação um pouco desconfortável. Pelo que sei, a Islândia é um dos países que planta mais árvores anualmente per capita, e duas recentes tragédias em 1995, que reclamaram a vida de 34 pessoas, consciencializaram as autoridades locais da premência do problema e puseram mãos à obra. Reagir em vez de agir. Infelizmente.


Legenda: Um passeio sob um forte nevão. Eu sou o que caminha no lado direito da imagem. A temperatura indicada num placard por que passámos, marcava -6ºC.


Legenda: O rio que alimenta Seyðisfjörður. Em certas secções apresentava-se completamente gelado. Durante o passeio, devo confessar que tive o secreto desejo de me encontrar frente a frente com um urso polar (mas a uma respeitável distância), mas como eles não existem em estado selvagem na Islândia, tal foi impossível. De tempos a tempos, quando os Invernos são mais rigorosos, já têm chegado alguns em cima de icebergues até às costas da Islândia, mas são rapidamente devolvidos à procedência. A raposa é o predador de topo por estas paragens e, por razões óbvias, não existem répteis nem anfíbios e muito poucas espécies de insectos. Existem algumas renas em estado selvagem no norte, mas foram introduzidas recentemente. O resto da fauna é constituída principalmente por cerca de cem diferentes espécies de aves (88, para ser mais exacto), inúmeras espécies de peixe e por uma grande diversidade de mamíferos aquáticos. Em termos de vegetação, é principalmente rasteira e sem árvores de grande porte.



Legenda: E para além dos limites da cidade?!! Um deserto branco, esbatido na distância. Nada mais. A esmagadora maioria das localidades da ilha situam-se junto à costa, pois o interior é demasiado escarpado e inóspito para se viver. Relembro que a Islândia é um país de vulcões e glaciares, situado muito perto da Gronelândia. Qualquer das cidades edificadas por aqui é fruto do génio e da vontade humanas.


Legenda: A importância de uma boa observação... para os mais distraídos, trata-se de uma "gata das neves"!

Legenda: Sobranceiras a uma das encostas, treze letras iluminam a noite, tal qual "Hollywood". Visíveis de qualquer ponto da cidade. Especialmente à noite.



Legenda: Panorâmica da localidade e do intrépido aventureiro português! (o:

Legenda: Eu de novo e o barco da Smyril Line atracado no molhe do cais, ao fundo. Foi pena não ter dado para dormir no barco, pois o alojamento onde ficámos custou a módica quantia de 5500 IKr, cerca de 60€. Incluia pequeno-almoço e o hotel tinha boas condições, mas atendendo a que o grosso dos turistas aparece no Verão, bem podiam ter sido mais bonzinhos na factura.

Legenda: É assim que se limpam as estradas por estas bandas. Bem, limpam, é como quem diz. Fazem montinhos de neve aqui e ali e só tiram a que é impeditória à circulação automóvel. Mas como neva constantemente nesta altura do ano, o resultado é neve por toda a parte e a toda a hora. Mas enfim, ao fim de algum tempo, a gente habitua-se.

Legenda: A Guerra das Estrelas ao vivo e em directo. Nos confins desta galáxia, um pequeno e obscuro planeta iria providenciar a matéria-prima essencial a partir da qual as espadas Jedi são feitas. Mal sabia um destes pingentes gelados que iria entrar nos anais da história, ao tornar-se na espada-laser do celebérrimo Darth Vader...




Legenda: Ei-lo... o Darth Vader português. Com suas negras vestes e seu capacete negro igualmente peculiar, é o terror da nossa galáxia.





Legenda: Nem tudo o que parece, é. A inscrição em primeiro plano e a cabine ao fundo distam 30 metros uma da outra. O caminho parece direito, verdade? Na verdade, existe uma ponte de madeira, invisível devido à neve acumulada. A ida decorreu sem problemas de maior, mas ao regressar, quando dei por mim, tinha neve até à cintura. Cómico, mas podia ter tido consequências piores do que ter ficado com as calças todas molhadas.


Legenda: Palavras para quê?!!!


Legenda: Ainda hoje estou para saber porque é que este poste de iluminação era de cor diferente dos outros.


Legenda: Achei muita piada a este aviso. Como vive tão pouca gente por estas paragens, não se podem dar ao luxo de perder clientes, pelo que se alguém quiser comprar algo numa loja e esta estiver encerrada, só tem que ligar para casa dos donos e eles vêm. Muito prático.

Legenda: O rio local gelado. Não arrisquei caminhar sobre o gelo, mas julgo que era capaz de dar. Quando não se tem a certeza da espessura do gelo, o melhor é mesmo jogar pelo seguro. Todos os anos morrem várias pessoas por aqui, derivado a imprudências semelhantes.

Legenda: O hotel onde ficámos alojados. Hótel Aldan. Pequeno, mas acolhedor. O pequeno-almoço é tomado num outro edifício numa rua contígua, onde se situa a recepção.


Legenda: Aspecto de Seyðisfjörður. Cercado de montanhas por três lados, é uma pequena e calma cidade com cerca de 700 habitantes, onde a vida segue um ritmo muito próprio. A chegada do barco da Smyril Line é um dos momentos altos da semana. Seguramente ninguém sofre do chamado stress das modernas cidades ocidentais por estas bandas.

Legenda: Tempo de partir. Hora de largar as amarras e de novo rumo ao mar alto. Na bagagem, a sensação de ter descoberto algo de novo e diferente.


Legenda: A bandeira da Islândia desfraldada aos sete ventos, num bailado ininterrupto. O forte vento que amiúde se fazia sentir, seu par de dança, uma e outra vez.


Legenda: Adeus, Islândia. Até uma próxima vez.


Legenda: Peña no canto esquerdo da imagem, Arne ao centro e eu, do lado direito. Era hábito irmos para o convés admirar a paisagem, especialmente eu e o espanhol. Depois de dois dedos de conversa, de reter na retina as imagens, no coração as sensações e no corpinho o frio intenso, horas de voltar para baixo retemperar energias.


Legenda: O granizo fustivaga uma e outra vez o convés, como se pode ver pelo acumular de neve. Muito desagradável, especialmente quando atingia a cara. O vento por vezes soprava tão intenso que era necessário estar agarrado a qualquer coisa. Não faltou muito para perder o meu gorro borda fora.


Legenda: Escurece. O barco segue o seu rumo, imperturbável, rumo às ilhas Faroés.


Legenda: A vida a bordo. Rocio, de Espanha, à esquerda, eu ao centro e Juliana, da Alemanha, à direita. Como podem ver, era um quarto com 4 beliches, casa-de-banho, roupeiro, um pequeno frigorífico e tv. Tendo em conta que pagámos cerca de 1000 NKr pelo bilhete (cerca de 100€), eu diria que ficámos muito bem instalados. Aliás, o barco tinha boas condições e diversas áreas de lazer para descanso e diversão. Só me desagradou terem as saunas e a piscina encerradas, como sucede amiúde no Inverno, por estas paragens. Já vou estando habituado ao famoso: "Stengt for vinteren". Ou seja, fechado no Inverno. Mas o que é que eu hei-de fazer? Se entro à força, vou preso...

As ilhas Faroés são uma região autónoma do Reino da Dinamarca desde o ano de 1948. Anteriormente fizeram parte do Reino Noruega/Dinamarca, mas com a anexação da Noruega pelo rei da Suécia em 1814, tornaram-se dependentes apenas da Dinamarca. Possuem governo próprio, emissão de moeda (as notas locais têm motivos ligados à natureza e as moedas que circulam são as coroas Dinamarquesas), selecção nacional de futebol (criada recentemente), à semelhança de qualquer nação independente, mas os seus soberanos continuam a ser os reis da Dinamarca. Também as relações exteriores, a defesa e o sistema judicial continuam a ser administrados a partir de Copenhaga. Tudo o resto, é administrado a partir de Torshavn. A moeda utilizada é a coroa Faroesa, que circula a par com a coroa Dinamarquesa. Ambas possuem valor equivalente. O custo de vida é um pouco elevado, mais a mais, que a maioria dos bens têm de ser importados.

Legenda: Dezoito ilhas formam um singular arquipélago, desconhecido ainda por muitos. Situa-se a noroeste da Escócia, a meio caminho entre a Noruega e a Islândia, tendo por esse motivo, servido de apoio na expansão viking pelo Atlântico Norte. A capital, Torshavn, situa-se na ilha de maiores dimensões, chamada Streymoy. Do sopé das suas colinas, é possível avistar os picos gelados de algumas das ilhas circundantes.










Legenda: As ilhas Faroés na linha de horizonte. O arquipélago compreende 18 ilhas, mas desconheço de qual se tratava. Nesta altura o barco ainda se encontrava a cerca de uma hora de distância de Torshavn.

Legenda: A chegada a Torshavn.


Legenda: Vista da cidade de Torshavn, capital da região autónoma das ilhas Faroés. Possui cerca de 16000 habitantes, cerca de um terço dos residentes no arquipélago. Uma cidade em nada inferior a muitas existentes no continente.

Legenda: As heroínas da história. São elas que dão o nome ao arquipélago, como já referi acima.

Legenda: Uma igreja algo invulgar, pelas suas linhas arquitectónicas singulares. O seu aspecto compacto é facilmente identificável à distância e é um bom marco de referência para quem circula pela cidade. A entrada da igreja situa-se no lado oposto ao mostrado pela imagem. Existe um pequeno jardim, um pequeno lago e aquilo que me pareceu ser uma pequena estátua evocativa da conversão da população local ao cristianismo. Um guerreiro viking, de espada embainhada e braços abertos em forma de cruz.


Legenda: Encontram-se as coisas mais estranhas nos locais mais improváveis. Sem comentários...

Legenda: O porto de Torshavn. Ao fundo, o barco da Smyril Line, meu lar durante cerca de uma semana.

Legenda: Outra foto do porto, sob outra perspectiva. Apesar de existirem manchas de combustível e muito entulho sob a água, ainda assim, fiquei surpreendido com a limpídez desta. Sem grandes dificuldades avistei vários peixes sob o calado das embarcações, inclusivé um linguado, cujos contornos notei de imediato no fundo arenoso.


Legenda: A Primavera está à porta!!


Legenda: Estas casas de madeira respeitam a traça original que data do período Viking. O mais peculiar nelas são os telhados feitos de turfa e erva. Existem bastantes no centro histórico de Torshavn, mas também encontrei telhados semelhantes em alguns edifícios públicos e escolas. Não sei até que ponto são funcionais, mas que são bastante estéticos, lá isso são.

Legenda: Eu e a minha mania de me empoleirar em cima das coisas para tirar fotografias. O canhão é um de dois existentes junto ao farol, relíquias da Segunda Guerra Mundial. Na altura, Torshavn tinha importância estratégica no domínio do Atlântico Norte e os britânicos estabeleceram uma base aqui. Os canhões são praticamente tudo o que resta desses tempos, "protegendo" ainda hoje as duas entradas do porto. São bons para tirar fotografias. Um fim apropriado para máquinas destinadas a matar. Houvesse mais assim.


Legenda: Torshavn fica para trás. Luzes de civilização testemunhando o génio humano de erguer alicerces nos locais mais improváveis.


Legenda: À medida que o barco se aproximava da Noruega, foi possível avistar inúmeras plataformas petrolíferas ainda em mar-alto. Contei mais de 30, mas por certo havia muitas mais. O barco passou sempre a alguma distância, mas a espaços, era possível avistar várias em simultâneo. São a fonte de riqueza primária da Noruega e uma das razões porque figuraram em primeiro lugar entre todas as nações do mundo em 2006, no ranking de desenvolvimento humano. Mas, estranhamente, a gasolina não é assim tão barata quanto isso.


Legenda: A costa, finalmente. Magnífico contraste de azuis. Entre o azul do céu e o azul do mar, escolho o segundo.


Legenda: A bandeira da Noruega aos caprichos do vento.


Legenda: A prevalência de casas individuais, mescladas na paisagem, são uma das imagens de marca da Noruega. Aqui não há lugar para arranha-céus!!


Legenda: Bergen à vista!!!


Legenda: Após tantas horas a bordo, o merecido descanso. Com vôo de regresso a Trondheim marcado para o dia seguinte. À esquerda na imagem, é possível observar o HMS Northumberland, uma fragata britânica que se encontrava de visita à cidade. Não muito grande (classe 23), mas possuía inclusive um pequeno hangar onde vislumbrei de relançe pelo menos dois helicópteros. Daqueles articulados para ocuparem menos espaço. Mas igualmente letais.


Legenda: Perdido nos meus pensamentos. Infelizmente, a paisagem atrás não é real, mas uma das muitas ampliações de imagens espalhadas pelo barco. Truques fotográficos que resultam sempre muito bem. Enfim, podia dar-nos para pior...


Legenda: Novamente em Bergen. Balanço final da viagem: muito positivo.